Durante a Copa do Mundo de 2014, o Brasil esteve na vitrine mundial, sendo uma oportunidade para apresentar-se como vanguarda em energias renováveis. Por isso, em 2010, o Instituto IDEAL lançou o desafio de solarizar todos os estádios que receberiam os jogos, incentivando assim a difusão do conhecimento sobre essa tecnologia. Assim, no contexto do projeto, o IDEAL e seus parceiros fizeram a avaliação do potencial energético das novas ou reformadas arenas esportivas, além de promover uma série de encontros e reuniões entre proprietários de estádios e companhias energéticas para incentivar a adoção dessa fonte de geração de energia.
Como resultado, foram instalados sistemas fotovoltaicos nos estádios de Belo Horizonte (Mineirão), Rio de Janeiro (Maracanã), Salvador (Pituaçu e Fonte Nova) e Recife (Arena Pernambuco).
Mineirão Solar
Com 1, 42 MWp e cerca de 6000 módulos fotovoltaicos, o estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente conhecido como Mineirão, foi o primeiro estádio sede de jogos da Copa do Mundo da FIFA 2014 a inaugurar uma usina solar FV, em maio de 2014.
O projeto foi realizado pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e Governo do Estado de Minas Gerais, contando com o apoio do Instituto Ideal, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e do Banco de Fomento Alemão KfW.
A energia gerada pelos módulos fotovoltaicos, instalados de forma radial nos 88 segmentos disponíveis na cobertura do estádio, é injetada na rede de distribuição da Cemig.
Pituaçu Solar
Salvador já é conhecida pelo Carnaval e sol escaldante. Desde 2012, também se tornou referência pelo aproveitamento de energia solar, pois passou a contar com o primeiro estádio solar da América Latina.
O sistema solar fotovoltaico instalado tem capacidade de geração de 400 kWp (quilowatts-pico), e utiliza módulos flexíveis de filmes finos de silício amorfo na cobertura do estádio, em função da carga em parte das estruturas existentes.
O modelo escolhido é um dos tipos mais leves e a única estrutura necessária seria a de fixação para chapas metálicas. Como são flexíveis, inquebráveis e feitos para serem colados diretamente sobre chapas metálicas, eles são mais fáceis e rápidos de serem instalados e não exigem reforço estrutural. Além disso, são os que possuem o menor custo por área coberta. A usina fotovoltaica de Pituaçu foi a primeira a usar esta tecnologia para instalações deste porte no Brasil.
As obras de instalação do sistema fotovoltaico no estádio estadual de Pituaçu foram iniciadas em dezembro de 2011 em um projeto da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), do Grupo Neoenergia , em parceria com o Governo do Estado da Bahia e com apoio institucional do Instituto Ideal, apoio técnico da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e coordenação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O projeto foi aprovado em 2010 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no âmbito do Programa de Eficiência Energética da Coelba e custou R$ 5,5 milhões, sendo R$ 3,8 milhões da Coelba e R$ 1,7 milhão do Governo do Estado da Bahia.
A energia do estádio é usada nas suas instalações, compensando com a energia fornecida pela Coelba. O projeto gera cerca de 630 MWh por ano e uma economia anual de cerca de R$ 161 mil. Além disso, o excedente de energia gerada em Pituaçu é compensado do consumo de energia elétrica da sede da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Veja a nota sobre a inauguração do estádio no Jornal Nacional, clicando aqui.
Maracanã Solar
Um dos grandes símbolos do futebol brasileiro, o Maracanã, no Rio de Janeiro, também ganhou um sistema de geração fotovoltaica em sua cobertura. Inaugurado em maio de 2014, a usina tem uma capacidade instalada de 400 kWp, capaz de produzir cerca de 500 MWh por ano, o equivalente ao consumo de 240 residências. Iniciativa do governo estadual e da Light, no âmbito do Programa Rio Capital da Energia, o projeto conta com 1.552 módulos fotovoltaicos instalados sobre uma estrutura metálica que sustenta a cobertura de lona tensionada do estádio, em uma área de 2.380 m2.
O Maracanã Solar foi uma proposta levada pelo Instituto Ideal e teve o apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e do Banco de Fomento Alemão KfW.
Veja um em exemplo de estádio com painéis fotovoltaicos da Alemanha – Estádio de Bremen – e confira a galeria de fotos, clicando aqui.